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Ultimamente, a Maçonaria no Brasil tem tomado impulso promissor quanto ao aspecto do proselitismo, carreando para o seio das Lojas novos elementos, bem selecionados, e que vem comprovando a necessidade de lhes dar toda orientação de que necessitam, o que não conseguem obter nas sessões de suas respectivas Lojas.
As Lojas, em grande número, programam “o quarto de hora de instrução”; corno o programa acentua, consiste, simplesmente, em dispor de 15 minutos para o instrutor ventilar assuntos os mais variados; essas instruções são verbais, e os Aprendizes não as levam consigo, para uma posterior avaliação e memorização.
Algumas Lojas, muito poucas, infelizmente, dispõem de bibliotecas, mas nem sempre atualizadas com o grande número de obras novas que se editam no País.
A frequência às bibliotecas encontram obstáculo na ”falta de tempo” e na dificuldade de os livros saírem das estantes, para serem levados para leitura em casa; os inconvenientes desse sistema é por demais debatido, de modo que há sérias dificuldades na leitura em bibliotecas.
Nada melhor, posto com algum sacrifício financeiro, que cada Aprendiz forme a sua própria biblioteca.
Existem pouquíssimas obras editadas, exclusivamente os Aprendizes; geralmente, os livros consideram o assunto maçônico como um todo, ora filosófico, ora histórico, enfim, obras específicas são poucas.
Nós, os escritores, já sedimentados, com larga experiência no ramo, somos, constantemente, solicitados para que escrevamos para os Aprendizes.
Portanto, atendendo aos inúmeros pedidos, entregamos mais um livro destinado àqueles Iniciados que desejam conhecer com maior profundidade os fundamentos da Sublime Ordem.
Como os leitores hão de constatar, não se pode escrever, de uma vez, tudo sobre o aprendizado maçônico.
O interessado deverá procurar nas obras existentes “compor”, a seu modo, o “compêndio prático” para seu aproveitamento.
Nós que temos grande curiosidade, nos entregamos, para satisfazê-la, a infindáveis pesquisas; a cada nova leitura, “descobríamos” mais e mais; um novo conceito aqui; uma nova interpretação ali; uma dedução diferente acolá; enfim, cada autor tem a sua “bagagem” preciosa, obtida não necessária e exclusivamente de suas leituras, mas das suas interpretações.
Podemos exemplificar com as romãs que encimam as Colunas de entrada do Templo.
Só nós, após longas lucubrações, atinamos com a sua razão de lá estarem colocadas; entre tantos simbolismos, encontramos aquele que caracterizava um dos comportamentos de Salomão: o interesse pelo sexo feminino, ele, que tivera 900 esposas e que inspirara o Cântico dos Cânticos bíblico, usufruíra das romãs o precioso vinho que lhe era um elixir afrodisíaco.
Essas romãs vinham acompanhadas pelas “açucenas”, semelhantes’ aos lírios, ornando as referidas Colunas; lírios que simbolizavam a presença feminina.
Assim, podemos encontrar, em cada trabalho, novos elementos, que, somados, vêm enriquecer nosso conhecimento.
Dizíamos que uma obra destinada aos Aprendizes não pode conter todo o conhecimento a eles apropriado.
Neste livro, de poucas páginas, procuramos aflorar as matérias mais importantes; estamos nos expandindo no assunto e o nosso propósito é, auxiliado pela Editora que confiou em nosso trabalho, levar ao público maçom, com frequência, mais e mais esforços, para, juntos, construirmos o perfeito Aprendiz.
E os leitores que, embora não sendo maçons, adquirem os livros de conteúdo maçônico?
Na Maçonaria, não há segredos. Em última análise, todo homem é um “iniciado”, especialmente aquele que pende por ingressar na Ordem Maçônica.
O livro destinado aos Aprendizes pode vir a ser um meio de fazer “proselitismo”.
Temos conhecimento de que muitos e muitos profanos que leram obras maçônicas ingressaram na Ordem, onde hoje desempenham grande atividade.
Não é primazia das religiões que os seus adeptos busquem realizar “um ideal”.
O “ideal maçônico” fixa-se desde a Iniciação, e quem o cultiva sabe como são compensadores os resultados.
Para o homem sedimentado, aquele que passa da casa dos cinquenta anos, a velhice apresenta-se como algo irreversível e o maior cuidado será, “saber envelhecer”.
Na Maçonaria, com o constante frequentar das Lojas, o Maçom forma o seu “grupo” de amigos, convivendo com eles, solidificando a amizade, programando interesses acima do rotineiro quotidiano, aproximando o homem, no aspecto místico, à morte, que, para os “vazios”, significa o fim e o castigo, mas, para os idealistas, apenas uma passagem para misterioso mundo do Além.
O Maçom tem esta oportunidade de saber envelhecer; quando aposentado nada mais tem a aspirar, terá as suas reuniões semanais; as visitas às demais Lojas; os trabalhos operativos, as festividades, as leituras, o estar sempre atualizado no conhecimento filosófico, enfim, a aproximação ao Grande Arquiteto do Universo.
Dentro das Lojas vemos os Maçons encanecidos, às vezes trôpegos, hesitantes pelo desgaste da vida, pela ingratitude da velhice, dirigirem os seus interesses ao ideal comum e participarem ativamente de todos os trabalhos.
Se, apenas isso, constituísse a vantagem maçônica, já seria uma grande vantagem.
O que dizer, então, quando um “novo livro” é descoberto; o afã de verificar de que se trata; o enriquecimento do conhecimento, isto constitui uma “festa”.
Pois bem, eis um novo livro.
Uma nova perspectiva, um novo começo, apresenta-se uma outra Editora, de conceito brilhante, que se dispõe a editar uma “nova estante”, o que renova em nós o entusiasmo, possibilitando novo planejamento, sem abandonar os velhos amigos da Editora de origem, a quem estamos ligados por afeto imperecível.
Entregamos mais este livro, aguardando que os frutos que hão de ser colhidos serão abundantes, sabemos com segurança.